BETO: a gente nunca ganhou um dinheiro significativo vendendo disco

Hoje em dia o numero de bandas undergrounds sofreu um impacto muito grande, devido a facilidade de disseminação musical pela internet, que é um dos assuntos que eu conversei com o Beto Cupertino, vocalista da Violins ama das bandas que se destaca nesse Underground virtual. Eu como grande admirador da banda, tive o prazer de conversar com ele e disso tirar uma "entrevista". O mais estranho dentro disso tudo, é conversar com uma pessoa na qual você escuta cantar toda vez que você da play no seu MP3 player ou em um radio, diriamos que no minimo é assustador, acho que até mais do que uma conversa em camarim, mais por um lado, você sente uma conexão com a banda, uma conexão que vai além de melodias, algo que eu não sei explicar, algo que soa tão clichê mais ao mesmo tempo natural, tão natural, que eu não sbia por onde começar.

Alexandre:
hahaha

Alexandre:
como se começa ?

Alexandre:
me perdi agora com tanta solênidade!

Beto:
vai pelo começo.

Alexandre:
como começou? a violins ..

Alexandre:
bom começo !

Beto:
a gente se encontrou num congresso CNPq em Campo Grande, num ônibus da universidade, não nos conhecíamos antes. aí nos conhecemos lá e descobrimos que gostávamos de coisas parecidas e que tocávamos instrumentos. lá mesmo a gente decidiu que quando voltasse pra goiânia montaríamos a banda.

Alexandre:
que tipo de bandas parecidas?

Beto:
é... pink floyd, radiohead, grunge.. essas coisas!

Alexandre:
e como você definiria a banda desde o aurora prisma até o redenção ?

Beto:
é uma banda que gosta de melodias

Alexandre:
melodias, compostas por você?

Beto:
as que canto, sim.. os arranjos são compostos pela banda

Alexandre:
a banda começou cantando em inglês, porque a mudança para o português?

Beto:
o motivo foi a vontade de ser entendido pelas pessoas que frequentam os shows e assim se conectar melhor com elass

Alexandre:
e com o recente lançamento do redenção dos corpos que foi diponibilizado integralmente na internet, vocês conseguiram o retorno desejado ?

Beto:
a gente nunca ganhou um dinheiro significativo vendendo disco, o que importa pra gente é que as pessoas ouçam as músicas, então eu acho vantagem oferecer de graça as músicas

Alexandre:
você acha que esse novo "modelo" de distribuição causará a extinção da mídia material,o CD, como muita gente anda falando?

Beto:
a médio prazo acho que sim!
assim como o vinil desapareceu, o cd vai virar coisa de colecionador.

Alexandre:
então ao seu ponto de vista, as gravadoras desapareceriam ?

Beto:
elas terão que se virar num novo nicho que é o de administrar carreiras e administrar shows. Ou achar um novo modo de vender música, através da internet

Alexandre:
Beto, você ja ouviu falar em Trent Reznor ?

Beto:
sim, claro

Alexandre:
ultimamente, ele lançou o album The Slip.Produzido, arranjado, composto etc, tudo feito por ele após romper contrato com sua gravadora.
Você vê isso como uma revolução musical? ou seja, outras bandas seguirão esse caminho?

Beto:
existe uma diferença entre essas bandas enormes, como NIN e Radiohead, fazerem discos independentes, e bandas pequenas fazerem discos independentes. Eles já fazem os discos sabendo que vão ganhar mais dinheiro com ele do que jamais ganharam quando tiveram gravadora, porque já tem uma legião de fãs pelo mundo inteiro. Isso não acontece com as bandas menores, mas tirando essa diferença acho que tanto as grandes quanto as pequenas farão música do mesmo jeito, usando o mesmo método

Alexandre:
mais isso causaria a banalização da musica, não?

Beto:
acho que vai é democratizar o modo de fazer música, o que é ótimo

Alexandre:
Mais se não houver a barreira entre bandas grandes com gravadoras e bandas com músicas gravadas em um computador pessoal, qualquer um se lançaria no mainstream como acontece hoje!

Beto:
não basta gravar um disco pra se lançar no mainstream, a coisa é mais complicada...
vc pode ver que as bandas que agora romperam com gravadoras não tocam mais na mtv, nas rádios! e elas não precisam mais disso

Alexandre:
a Violins ja tocou em alguma radio, ou TV?

Beto:
já tocou, mas nunca de entrar no playlist e tocar todo dia!
e sim, já participamos de programas aqui da cidade.. já chamaram tb pra tocar em programas fora de Goiânia mas como eles não pagam passagens a gente resolveu não ir!
Tem que ser num momento que a gente estiver lá fazendo show e aí faz o programa.. sair daqui e gastar uma grana pra ir lá só gravar o programa não nos pareceu interessante

Alexandre:
Então está vetado qualque show inter-estadual? que pelo que eu vejo na comunidade do orkut, são poucos!

Beto:
a gente só sai hoje pra tocar se oferecerem uma boa condição, no mínimo passagens pra banda ir e voltar... convites há muitos, mas sem a mínima condição... a gente não paga mais do bolso pra ir tocar

Alexandre:
E nas gravações? vocês bancam do próprio bolso ?

Beto:
sim, com grana que a gente recebe em shows

Alexandre:
e v oces gravam quando? folga, férias ou horas vagas ?

Beto:
fim de semana... a noite... nos horários assim

Alexandre:
você ja compos alguma coisa no trabalho ?

Beto:
não... no máximo rabisquei uma letra.. mas melodia não tem jeito

Alexandre:
porque as vezes me pego imaginando, personagens para suas letras, acontecimentos ou casos.
de onde você tira essa inspiração diriamos, pra falar de egoísmo, amor ou até de falsidade, que são pontos tão distantes de um equilibrio musical?

Beto:
do dia a dia, cara... é só olhar em volta que você tem um prato cheio!

Alexandre:
nada que tenha sido vivida por você ?

Beto:
que eu me lembre assim, não... tem várias inspiradas em coisas que eu vivi, experimentei, mas assim textualmente, descrevendo exatamente, acho que não

Alexandre:
vocês não tem um "gravadora" correto, e aonde entra a monstro discos ?

Beto:
na distribuição e na divulgação dos discos

Alexandre:
pra terminar, quais são os planos para o sexto album ?

Beto:
estamos começando a pensar as músicas, compor algumas coisas, ano que vem a gente grava!

Pra que não conhece a banda, eles diponibilizam musicas, fotos e todo o resto no site oficial: www.violins.com.br, vale a pena dar uma conferida.